Trackimage | Playbut | Trackname | Playbut | Trackname |
---|---|---|---|---|
12214620 | Play | Vá Lá Senhora | 04:02 Tools | |
12214622 | Play | A Marcha dos Golpes | 04:06 Tools | |
12214633 | Play | Cruz Vermelha | 02:43 Tools | |
12214628 | Play | Tarde Livre, Parte I | 04:01 Tools | |
12214625 | Play | O Silêncio | 03:28 Tools | |
12214621 | Play | O Arraial | 02:30 Tools | |
12214624 | Play | Embarcadiço | 03:37 Tools | |
12214631 | Play | Fogo Posto | 03:20 Tools | |
12214629 | Play | Tarde Livre, Parte II | 04:37 Tools | |
12214630 | Play | O Canto | 03:10 Tools | |
12214632 | Play | Tarde Livre, Parte III | 04:18 Tools | |
12214627 | Play | Campo De Santa Clara | 03:47 Tools | |
12214637 | Play | Sobre Fundo Branco | 03:52 Tools | |
12214636 | Play | O Amor Separar-nos-á | 04:38 Tools | |
12214635 | Play | Tenho Barcos, Tenho Remos | 03:44 Tools | |
12214623 | Play | Território Justo | 04:15 Tools | |
12214634 | Play | Agência Lusa | 03:03 Tools | |
12214643 | Play | Campo de Santa Clara II | 04:01 Tools | |
12214626 | Play | Paixão | 05:09 Tools | |
12214638 | Play | A Brasileira | 04:42 Tools | |
12214640 | Play | Quatro bandidos | 07:57 Tools | |
12214644 | Play | Vá Lá Senhora (com Rui Pregal da Cunha) | 04:00 Tools | |
12214649 | Play | Vل lل Senhora | 04:01 Tools | |
12214657 | Play | O Amor Separa-nos-á | 04:38 Tools | |
53307006 | Play | Territَrio Justo | 04:01 Tools | |
12214650 | Play | Vá Lá Senhora com Rui Pregal da Cunha | 04:00 Tools | |
12214641 | Play | Prazer Em Conhecer | 03:33 Tools | |
12214654 | Play | Va La Senhora | 04:01 Tools | |
12214647 | Play | O Amor Separa-nos-ل | 04:38 Tools | |
53307008 | Play | Silêncio | 04:00 Tools | |
53307007 | Play | Tarde Livre III | 04:00 Tools | |
12214646 | Play | Vá Lá Senhora (feat. Rui Pregal da Cunha) | 04:00 Tools | |
53307009 | Play | O Amor Separar-nos-ل | 04:00 Tools | |
12214653 | Play | A Brasileira (Bonus Track) | 04:42 Tools | |
53307010 | Play | Tarde Livre I | 04:42 Tools | |
53307011 | Play | Tarde Livre II | 04:42 Tools | |
53307012 | Play | Paixمo | 04:00 Tools | |
87368661 | Play | Vá lá Senhora | 04:00 Tools |
Provavelmente tão inesperado como ver Truffaut num filme americano sobre extra-terrestres ("Close Encounters of The Third Kind", em 1977) é ver a banda de rock mais portuguesa de Portugal a escolher o seu nome a partir de um filme francês de Truffaut. À razão de 100 golpes por cada um dos rapazes do grupo, nasceram em 2006 "Os 400 Golpes". E se uma vez 300 aguentaram nas Termópilas, "400" não subsistiu à designação final. Mais certeiros, mais certeiros, mais certeiros, renascem em 2008 "Os Golpes", só "Os Golpes". E renascem não como a Fénix, mas como a passarola de Bartolomeu de Gusmão, numa versão alongada com cerca de 10 milhões de lugares sentados. O timoneiro Manuel Fúria dos Golpes tem voz de comando e guitarra por leme; o Luís dos Golpes tem um baixo preciso como um astrolábio; o Pedro Rosa dos Golpes, rosa-dos-ventos, ora dedilha outra guitarra, ora sobe ao cesto de gávea para segundas vozes subidas; o Nuno dos Golpes (e da bateria) segura o quadrante, acerta o ritmo, segura o quarteto. Não me enganei quando lhes atribuí o título de qualquer coisa mais portuguesa de Portugal: "Os Golpes" são uma espécie de aldeia de xisto onde não faltam arranha-céus. Sabem de cor os engarrafamentos na hora de ponta e o passo arrastado do velho pároco nas procissões da vila. Comem faisão em porcelana e sardinha (da piscicultura do Padre António Vieira) em broa. E para isso do rock não ser coisa portuguesa, os senhores contra-argumentam de caravelas na ponta da língua: as especiarias, a globalização antes de ser um bicho de sete cabeças, os "Obrigado" toscos que os japoneses ainda dizem. A 2009 pertencerá o primeiro disco d'Os Golpes (ou vice-versa). O cunho da produção será do mestre Jorge Cruz e no sinete da editora ler-se-á "Amor Fúria". Daquilo que nos é lícito esperar, a "Marcha dos Golpes" é uma eufórica promessa. Certeira, certeira, certeira. Esta primeira cantiga que verteu para a internet é o perfeito "Abre-te Sésamo" lançado às pálpebras de qualquer melómano que esteja comatoso desde há 25 anos. O fervilhar do rock português de tempos idos está lá todo. Mas desenganem-se os profetas da desgraça, do terrorismo-revivalismo, do rebanho de antanho: Os Golpes não são do passado. A grande ironia geográfica deste país hipnotiza-nos com a sua cauda. Os Golpes estão noutra ponta: a garraiar os cornos do porvir. Samuel Úria, Setembro 2008 (in http://www.myspace.com/osgolpes ) Read more on Last.fm. User-contributed text is available under the Creative Commons By-SA License; additional terms may apply.