Os Golpes

Trackimage Playbut Trackname Playbut Trackname
Vá Lá Senhora 04:02 Tools
A Marcha dos Golpes 04:06 Tools
Cruz Vermelha 02:43 Tools
Tarde Livre, Parte I 04:01 Tools
O Silêncio 03:28 Tools
O Arraial 02:30 Tools
Embarcadiço 03:37 Tools
Fogo Posto 03:20 Tools
Tarde Livre, Parte II 04:37 Tools
O Canto 03:10 Tools
Tarde Livre, Parte III 04:18 Tools
Campo De Santa Clara 03:47 Tools
Sobre Fundo Branco 03:52 Tools
O Amor Separar-nos-á 04:38 Tools
Tenho Barcos, Tenho Remos 03:44 Tools
Território Justo 04:15 Tools
Agência Lusa 03:03 Tools
Campo de Santa Clara II 04:01 Tools
Paixão 05:09 Tools
A Brasileira 04:42 Tools
Quatro bandidos 07:57 Tools
Vá Lá Senhora (com Rui Pregal da Cunha) 04:00 Tools
Vل lل Senhora 04:01 Tools
O Amor Separa-nos-á 04:38 Tools
Territَrio Justo 04:01 Tools
Vá Lá Senhora com Rui Pregal da Cunha 04:00 Tools
Prazer Em Conhecer 03:33 Tools
Va La Senhora 04:01 Tools
O Amor Separa-nos-ل 04:38 Tools
Silêncio 04:00 Tools
Tarde Livre III 04:00 Tools
Vá Lá Senhora (feat. Rui Pregal da Cunha) 04:00 Tools
O Amor Separar-nos-ل 04:00 Tools
A Brasileira (Bonus Track) 04:42 Tools
Tarde Livre I 04:42 Tools
Tarde Livre II 04:42 Tools
Paixمo 04:00 Tools
Vá lá Senhora 04:00 Tools
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Provavelmente tão inesperado como ver Truffaut num filme americano sobre extra-terrestres ("Close Encounters of The Third Kind", em 1977) é ver a banda de rock mais portuguesa de Portugal a escolher o seu nome a partir de um filme francês de Truffaut. À razão de 100 golpes por cada um dos rapazes do grupo, nasceram em 2006 "Os 400 Golpes". E se uma vez 300 aguentaram nas Termópilas, "400" não subsistiu à designação final. Mais certeiros, mais certeiros, mais certeiros, renascem em 2008 "Os Golpes", só "Os Golpes". E renascem não como a Fénix, mas como a passarola de Bartolomeu de Gusmão, numa versão alongada com cerca de 10 milhões de lugares sentados. O timoneiro Manuel Fúria dos Golpes tem voz de comando e guitarra por leme; o Luís dos Golpes tem um baixo preciso como um astrolábio; o Pedro Rosa dos Golpes, rosa-dos-ventos, ora dedilha outra guitarra, ora sobe ao cesto de gávea para segundas vozes subidas; o Nuno dos Golpes (e da bateria) segura o quadrante, acerta o ritmo, segura o quarteto. Não me enganei quando lhes atribuí o título de qualquer coisa mais portuguesa de Portugal: "Os Golpes" são uma espécie de aldeia de xisto onde não faltam arranha-céus. Sabem de cor os engarrafamentos na hora de ponta e o passo arrastado do velho pároco nas procissões da vila. Comem faisão em porcelana e sardinha (da piscicultura do Padre António Vieira) em broa. E para isso do rock não ser coisa portuguesa, os senhores contra-argumentam de caravelas na ponta da língua: as especiarias, a globalização antes de ser um bicho de sete cabeças, os "Obrigado" toscos que os japoneses ainda dizem. A 2009 pertencerá o primeiro disco d'Os Golpes (ou vice-versa). O cunho da produção será do mestre Jorge Cruz e no sinete da editora ler-se-á "Amor Fúria". Daquilo que nos é lícito esperar, a "Marcha dos Golpes" é uma eufórica promessa. Certeira, certeira, certeira. Esta primeira cantiga que verteu para a internet é o perfeito "Abre-te Sésamo" lançado às pálpebras de qualquer melómano que esteja comatoso desde há 25 anos. O fervilhar do rock português de tempos idos está lá todo. Mas desenganem-se os profetas da desgraça, do terrorismo-revivalismo, do rebanho de antanho: Os Golpes não são do passado. A grande ironia geográfica deste país hipnotiza-nos com a sua cauda. Os Golpes estão noutra ponta: a garraiar os cornos do porvir. Samuel Úria, Setembro 2008 (in http://www.myspace.com/osgolpes ) Read more on Last.fm. User-contributed text is available under the Creative Commons By-SA License; additional terms may apply.